terça-feira, 21 de outubro de 2008

Armadilha

Saída do banho, seca ao sol.
Ao sol, molhada em suor.
Ao banho.
Molhada.
Toalha.
Toalha, ao chão.
-Eu me rendo, querido.
Silenciaram um silêncio nunca havido.
Soaram, só pelo som:
-Coisa qualquer.
-Coisa qualquer, em resposta.
Fingiram dormir, até que dormiram.
Penso em ti.
Amedronto: se penso, te crio.
Amedronto: se crio, posso já não conhecer.
Entristeço.

Era Noite

Eram belos os olhos que me visitaram, enquanto dormia.
Borboleteram em mim cenas belas.
Borboleteram comigo.
Abri os olhos.
Partiram.

Tentativa

-Você não mudou nada.
-Você me olha ainda da mesma maneira.
-...os mesmos cortes.
-Cicatrizes.
-As mesmas cores. Que nos falta?
-Contorno que nos amarre.

Sonho

Era o caminho de chão de areia de branca cor.

Era o vento que era todo em teu cabelo.

Era o florido das paredes que tomava-te a saia e coloria-te os olhos.

E era eu,

E era tu, que eras sonho.

Fez-se um mundo, que não ia além de teu umbigo, menina.

Fiz de ti o mundo.

Desfê-se o homem.

Desfê-se.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Pintem-me um céu no teto,
Que me cansa procurar estrela em céu nublado.

Pintem-me um céu no teto.
Pintem-me estrelas cadentes,
que em tempos de nuvem (...) os anseios são muitos.